Impressionantes tormentas elétricas no bioma Pampa

"Simplesmente é impossível andar na rua ou estrada com segurança diante de uma situação dessas!!!"



A cidade argentina de Rosario(Vídeo acima) protagonizou épica tormenta elétrica no início de 2014, que causou 2 mortes. Surpreende a intensidade e frequência dos raios... Este vídeo possui uma surpresa no final que o escritor conhece muito bem dos tempos de Pampa...
O Pampa é o bioma dominante de boa parte do cerne da América do Sul, ocupando toda a metade norte da Argentina, estendendo-se até o Paraguai.

La Pampa, província argentina

No Brasil, o Pampa manifesta-se principalmente no Rio Grande do Sul. Boa parte do território é coberto pelos campos limpos que, em nada, topograficamente, se difererem do cerrado, que é um campo "sujo".
Cerro do Jarau, maior elevação da região do Pampa e um dos maiores índices de raios do mundo

O Pampa gaúcho é a região mais sujeita a tempo severo no Brasil, em função principalmente da sua topografia que permite a entrada facilitada de frentes frias e altas temperaturas ambiente, que ultrapassam com facilidade os 40°C no verão. A falta de vegetação mais desenvolvida permite incidência praticamente total de radiação no solo, elevando a temperatura rapidamente e favorecendo processos convectivos que dão origens a nuvens cumulonimbus.

Temporal na iminência.

Mas o grande combustível para as fortes tormentas não está ali. Cerca de 100km a noroeste, localiza-se o chaco, uma enorme planície alagável e muito úmida. Durante o verão, a radiação solar aumenta e com isso causa o aquecimento das águas rasas ainda pela manhã. O vapor resultante sobe por convecção durante o dia, gerando com isso grandes blocos de nuvens. A alimentação contínua com cada vez mais vapor, somado a processos de refriamento adiabático, gera nuvens muito carregadas de temporal que se deslocam rapidamente para leste. Correntes de jato de baixos níveis trazem mais ar quente e úmido, criando uma mistura explosiva.
A inexistência de barreiras geográficas permite o rápido desenvolvimento das tempestades, somada à convecção profunda causada pelo calor intenso. Até mesmo tornados são possíveis, e, talvez, relativamente comuns. A Fronteira Oeste do RS possui poucos municípios, mas com enormes áreas e baixíssima densidade demográfica, de modo que o registro de tornados via fotográfica é praticamente impossível.




As fotos acima registram o tornado que atingiu a cidade de São Gabriel/RS em 18/03/2014 e os danos causados. 
Além dos tornados, há um enorme risco de granizo. As tempestades atingem o seu ápice justamente na região. 
Em meados de 2007, a cidade de Santo Antônio das Missões/RS foi completamente arrasada por uma chuva de granizo gigante. O escritor se encontrava a 28km de distância na Ocasião, na cidade de São Luiz Gonzaga, e experimentou pavor. 


O granizo foi precedido de forte chuva, tempestade elétrica e ventos de mais de 110 km/h, criando um inferno na cidade. Sem luz, e comunicação. 
Falando nisso, eis a marca registrada do bioma: os raios.
O Pampa é a região mais perigosa nesse sentido em função da geografia plana e campos limpos. Árvores solitárias normalmente não crescem devido a isso, agrupando-se em capões. Túmulos no meio das campinas são comuns, e demarcam o ponto exato onde alguém morreu fulminado:


O que resta ao pampeano é seguir as regras de segurança com mais rigidez que o habitual. A região ainda é campeã absoluta na ocorrência de raios positivos, muito mais poderosos e destruidores, que costumam enganar ao ocorrerem distantes da nuvem de onde partiram, não raro, percorrendo mais de 10km.
 As corretas precauções permitem ver, com segurança, momentos incríveis como este:



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