Futebol: um ópio?

"Paixão brasileira é um importante tranquilizador"

O Brasil é famoso mundo afora, entre outros adjetivos, como o país do Futebol. Uma designação justa e sem nenhum preconceito, afinal, os nossos atletas são os melhores do mundo, e estão na ponta de lança dos melhores clubes do mundo.

Só que, tal qual a religião, mas não no mesmo significado, o futebol é uma tranquilização. Governos tiranos tenderão a usar e abusar de agentes tranquilizadores para justificar suas barbáries, como a religião (dai a César o que é de César), o esporte, as artes, etc.

Nos esportes, tudo se dá principalmente via a construção de uma identidade pessoal baseada em equipes de futebol, seja no Corinthians, no Internacional, no goiás, na Seleção Brasileira, etc. Para isso, o projeto totalitário de poder vai usar dos livros escolares e principalmente da mídia.

Os livros escolares incentivam o interesse no esporte, não como meio de vida saudável, mas como uma religião, "endeusando" os atletas.

No caso da mídia, faz-se via extenuante dedicação da mesma nas coberturas esportivas, de modo a minimizar coberturas jornalísticas realmente importantes e que levem a sociedade a raciocinar. Algumas rádios tem quase a totalidade de sua programação com o Futebol, mesmo no começo do ano, época em que nem campeonatos estaduais começaram. Vale inclusive repetir informações e realizar pesadíssima investigação nos clubes(entes privados, diga-se) que se fosse levada à cabo na política, teria facilmente impedido a proliferação da corrupção.

Assim, cria-se com o passar de décadas uma massa emburrecida e incapaz de ler a realidade sob uma lógica objetiva. Incapaz de enxergar mais à frente, limitando-se a repetir discursos de formadores de opinião e chavões como "não vai ter golpe!" ou "Bolsonaro 2018". Isso vale em termos políticos tanto para setores de esquerda como de direita e liberal.

Caso parecido se processa com a recente campanha de extrema esquerda patrocinada pelo PSTU para a realização de novas eleições. O objetivo é claro: colocar Marina Silva no poder, afinal, com a atual descrença na política( objetivo conseguido através de shaming e desumanização de adversários), ela entrará como "isenta" nas eleições.

Assim, conclui-se, a partir desta breve observação, que o Futebol também pode e está sendo usado como uma tranquilização há décadas, arrefecendo o poder de mobilização das pessoas.