Multilaser, um camelô gourmet

 "A rainha brasileira dos white labels ataca novamente" 




E ainda mentem!


Um fenômeno relativamente recente tem chamado a atenção de empresas que importam itens de fora e dizem ser "indústria nacional": a popularização de lojas como Aliexpress e Shopee.

Essas lojas praticam o chamado dropshipping, basicamente atuam como intermediários das vendas sem precisar manter estoques nem se responsabilizar pelos fretes. Outra coisa que chama atenção são os preços extremamente baixos dos produtos e ofertas-relâmpago. Claro que há riscos nessas compras, por vezes os produtos não são exatamente o que prometem ser, e podem até mesmo nunca chegar na casa do consumidor. Mas é um risco que o consumidor corre, e se está disposto a gastar dinheiro em produtos de qualidade duvidosa, é responsabilidade dele. 

Para as importadoras, como a Multilaser, isso representa um impacto enorme em suas receitas, já que invés de pagarem valores abrasileirados, ou seja, 3x mais caros que no resto do mundo, os consumidores agora tem a opção de comprar rigorosamente os mesmos produtos por uma fração do preço, ou seja, pagar como os demais habitantes do planeta.

Mas qual é o interesse de importadoras nisso? Bem, existe uma feira bianual na China chamada Canton Fair, que reúne dezenas de milhares de fabricantes, especialmente chineses.


 O modelo de negócio da Multilaser consiste em basicamente visitar essa feira, fechar contratos com fabricantes de produtos genéricos, sem marca ou "white label", e revender os mesmos no Brasil sob sua marca. Os fabricantes fazem uma pequena personalização dos produtos, de modo que pareçam autênticos, e os mesmos chegam já prontos para a Multilaser, que então poderá precificá-los a um valor similar ou igual ao de produtos concorrentes e de melhor qualidade, obtendo um lucro substancial por cada unidade vendida. Um tablet que custe 10 ou 20 dólares poderá ser revendido no Brasil facilmente por 200 reais ou mais. 

Em muitos casos, nem mesmo as embalagens são produzidas no Brasil, tudo vem pronto da China. Esse modelo não traz nenhuma inovação para o mercado nacional, não fomenta o desenvolvimento tecnológico, não fomenta a competição, nada. É literalmente um "camelô gourmet".

Outro revendedor de quinquilharias chinesas, Luciano Hang, conhecido como "Véio da Havan", também está partindo para cima dos sites de comércio eletrônico. Em ambos os casos, eles dizem que os sites são bem vindos, desde que paguem os impostos. Bem, então os sites receberão os mesmos incentivos?


É pegar ou largar. 

Defender liberalismo no "Ranking dos políticos" é fácil, quero ver é concorrer de maneira honesta com outras redes. Se o imposto é o problema( e é), o liberal tem o dever que exigir o seu fim, ou redução drástica para todos. 

Fazer o cidadão comum pagar 60% de imposto de importação + 20% de ICMS + IOF + "taxinha de Curitiba", tudo em dólar( Receita federal não é burra de cobrar imposto em moeda que é papel higiênico), só para manter o negócio funcionando é protecionismo dos mais vagabundos. Ou quem sabe, que tal começar a produzir aqui invés de importar white labels? 

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