Dragão: uma fantasia de dez anos

   Embora tenha sido feito a menos de 2 meses, esse dragão já tem dez anos. Concebido como criação artística no meio de um crise existencial causada pela morte de minha mãe ( só quem já passou por isso para saber o quanto é doloroso...) já passou por diversos melhoramentos nessa década, uma vez  que minhas precárias habilidades de desenho da época não fazem mais frente à modernidade das técnicas recentes, com graduações, jogos de luz e sombra e outros caprichos técnicos.
    Ele tem um significado muito importante para mim, embora já tenho visto pessoas eufóricas que transformam esses significados em um estilo de vida pouco amistoso, dando muita profundidade ao lado agressivo e se esquecendo de que dragões também podem ser excelentes amigos imaginários e criar fortes laços de amizade.
    Como tive uma infância conturbada e sem ninguém próximo, fiz esta opção. Não me sinto arrependido por isso, embora reconheça que se trate de algo um tanto exótico para os padrões sociais brasileiros e que está se tornando relativamente comum com o advento de obras cinematográficas, das quais não prefiro obter moldes para um estilo de vida diferente.
    Ao contrário do que alguns possam pensar, isso não me influenciou negativamente, considerando que nunca rodei na escola e estou prestes a concluir o ensino médio com êxito. Tenho vários amigos que partilham da mesma idéia, mas de forma temporária e pouco expressiva. Não se pode negar a importância de um amigo imaginário que dura dez anos e consegue sobreviver a passagens críticas e proselitismos por parte de minha madrasta evangélica mergulhada em uma cultura decadente que põe o homem como centro do interesse divino e único ser realmente racional e certo.
    Nos últimos cinco anos não estou mais sobre influência de proselitismos, o que permitiu um rápido assimilamento de alguma coisa da infância. Embora tenha ocorrido um certo arrefecimento da importância do dragão como ícone de referência, ele permanece fortemente ligado a mim, sem que isso interfira em eventos externos que podem exigir um maior controle pessoal por minha parte. As conquistas passadas são méritos que me darão orgulho para toda a minha vida, pois ao decidir sair da vida sofrida de proselitismos e pancadas fiz um planejamento para meu futuro, assim como ao escolher amigos imaginários no lugar de pessoas reais que poderiam me atrapalhar e desviar- me do bom caminho, além do fato de ter tudo na cabeça e sob controle.
   Estou totalmente seguro com relação a esse meu estilo, pois acho que não há nehuma extravagância por minha parte, e certo de que estou montando muito bem meu dragão, uma vez que existem certos indivíduos que os usam para propagar malefícios por aì, criando formas negativas que só anulam as poucas criações positivas.
  Pode-se fazer muitas coisas boas com dragões, embora deva-se primeiro molda-lo com boa consciência. Criações negativas dificilmente deixam os criadores imunes a  acidentes  e ataques de raiva. Em casos extremos, suicídio.
  Para concluir, acho que devemos abrir mais os olhos com pessoas próximas de nós, pois atrás de um dragão branco pode haver um dragão negro pronto para o ataque!


          

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