Em defesa de Luciano Ayan, ou: contra as viúvas de uma ditadura que precisa acabar

"Revisionismo histórico babaca mancha a imagem da direita como alternativa"


O blogueiro liberal Luciano Ayan vem desde sempre sendo atacado por certos setores da tal "direita true" e da extrema-esquerda. Os motivos são vários, indo de um espectro que engloba a candidatura de Bolsonaro até coisas sem o menor sentido ditas pelo filósofo Olavo de Carvalho.
Compartilho com ele o mesmo ponto à respeito da ditadura militar: já a defendi no passado, num tempo em que meus pensamentos políticos tinham um viés mais conservador e estatista. Afinal, ser contra porque? Todas, isso mesmo, TODAS as pessoas que conheço e que viveram naquela época elogiam o regime.
De fato, o regime autoritário militar minguou de vez com a criminalidade, de tal maneira que um roubo de carteira aqui em Porto Alegre na década de 70 virava capa do jornal Zero Hora. As pessoas viviam com uma sensação de segurança muito melhor do que hoje.
Mas isto por si só não legitima um regime ditatorial. A ameaça comunista, também não.
Além disso, foram os militares os responsáveis por inundar o país com estatais, hoje antros de corrupção e desperdício do dinheiro público.(Ironia: é o local onde a maior parte da extrema-esquerda "trabalha": com benefícios especiais, estabilidade e falta de cobrança, é muito fácil dedicar mais tempo para militância ideológica ao invés de se concentrar em produtividade)
Usinas Nucleares: um sonho jamais efetivado na sua totalidade.

O discurso lamentável de Jair Bolsonaro só jogou gasolina na fogueira da extrema-esquerda, agora favorecida com a tese de golpe. Um discurso enaltecendo um torturador, pouco importa se foi de direita ou de esquerda, nada legitima a violência.
A meu ver, estas pessoas que seguem e espalham o discurso do deputado não merecem o nosso alinhamento. A direita precisa se DIVIDIR entre a direita pragmática, liberal e sensata, e uma extrema-direita saudosista que deve ser descartada.
A ditadura militar terminou em 1985. Um período difícil para a história do Brasil, onde houve crescimento econômico e melhora do padrão de vida, mas onde foram plantadas as sementes que 30 anos depois desembocaram neste leviatã que sorve mais de 40% dos seus ganhos para funcionar.
Impostômetro: impossível acompanhar os "reais".

Se for para escolher alguém agora para votar em 2018, o que é um erro, prefiro o ruralista Caiado do que o radical Bolsonaro.
Luciano Ayan resolveu jogar verdades ao vento, e paga o preço tanto por parte de uma extrema-esquerda engajada, quanto de uma direita intervencionista que ainda preza pelo domínio estatal em detrimento da liberdade do indivíduo.
O Brasil precisa de um choque liberal para crescer. O Estado não deve ser a locomotiva do progresso, pois isso já está provado não funcionar num país de terceiro mundo. E não precisamos de "um grande pai Estado" para decidir por nós mesmos o que devemos fazer ou não.
O Brasil precisa se abrir ao mundo, e não taxar em 60% qualquer coisa acima de 100 dólares( na prática, há taxas comprovadas de 10000%, ninguém controla isso), aumentando o custo dos produtos e diminuindo a competitividade global das empresas nacionais sob pretexto de protegê-las, quando na verdade elege campeões e cria cartéis legalizados.
O Brasil precisa de uma urgente lavagem cerebral. Um país onde política seja um assunto sério, e não apenas um fla-flu.

E não será através de revisionismo e olhando para o passado que iremos para a frente. A Guerra Fria acabou, o Muro de Berlim foi abaixo. Nossa ditadura militar precisa acabar.

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